terça-feira, 27 de outubro de 2009

VÔO 3871 - MARABÁ -BRASÍLIA

Tarde do dia 18 de outubro de 2009. Saí de Marabá com destino a Brasília (DF). Na sala de embarque comentei com a deputada federal Ana Isabel Mesquita: - Nosso vôo está cheio de celebridades. Você, a Valéria Vic Pires e a Fafá de Belém.
Valéria Vic Pires é ex-governadora do Estado do Pará, como Bel Mesquita é personalidade política de renome e Fafá de Belém, cantora de fama nacional e internacional. Além delas viajava no mesmo vôo minha amiga Aline, bióloga, ex-funcionária da Vale, no momento trabalhando com consultoria.
Bel Mesquita como sempre muito simpática, bem como Valéria Vic Pires que é jornalista como eu. Porém Fafá de Belém se mostrou o oposto daquilo que ela apresenta no palco, que une voz e demonstrações explícitas de alegria com sua inconfundível gargalhada. A cantora entrou na sala de embarque sisuda e assim permaneceu durante todo o tempo de espera do vôo que vinha da cidade de Belém - PA, cidade que dá energia ao seu nome.
Não quero aqui dizer que Fafá tenha que o tempo todo estar pronta para o show, mas um pouco de simpatia não faz mal a ninguém.
Lembro quando eu ainda menina ouvia suas músicas e ficava envolvida pela voz, pelo rítmo e sempre imaginava Fafá como um veículo de energia positiva, porém me deparei com uma Fafá de Belém sem afago e sem carisma, sempre de cabeça baixa. Já não sei se permaneço com a ideia anterior ou com a imagem mais recente de como ela se comporta diante dos outros seres humanos.
Penso que devemos nos despir das armaduras que passamos a carregar durante nossas vidas, principalmente aquelas relacionadas a arrogância, desprezo e falta de humildade. Isso é muito importante para o nosso desenvolvimento espiritual e nossa convivência com os outros, nos ajudando a não nos sentirmos superiores, mas viajante da mesma estrada, tendo como ponto final a morte.
Sugiro a Fafá de Belém o poema de Pablo Neruda, É PROIBIDO. Esse poema nos ensina como devemos olhar para a vida valorizando aquilo que realmente é importante valorizar.

É Proibido - Pablo Neruda
“É proibido chorar sem aprender, levantar-se um dia sem saber o que fazer. Ter medo de suas lembranças. É proibido não rir dos problemas. Não lutar pelo que se quer, abandonar tudo por medo. Não transformar sonhos em realidade. É proibido não demonstrar amor, fazer com que alguém pague por tuas dúvidas e mau-humor. É proibido deixar os amigos.
Não tentar compreender o que viveram juntos. Chamá-los somente quando necessita deles. É proibido não ser você mesmo diante das pessoas. Fingir que elas não te importam.
Ser gentil só para que se lembrem de você. Esquecer aqueles que gostam de você. É proibido não fazer as coisas por si mesmo, não crer em Deus e fazer seu destino.
Ter medo da vida e de seus compromissos. Não viver cada dia como se fosse um último suspiro. É proibido sentir saudades de alguém sem se alegrar.
Esquecer seus olhos, seu sorriso, só porque seus caminhos se desencontraram. Esquecer seu passado e pagá-lo com seu presente. É proibido não tentar compreender as pessoas. Pensar que as vidas deles valem mais que a sua.
Não saber que cada um tem seu caminho e sua sorte. É proibido não criar sua história, deixar de dar graças a Deus por sua vida,
Não ter um momento para quem necessita de você, não compreender que o que a vida te dá, também te tira. É proibido não buscar a felicidade.
Não viver sua vida com uma atitude positiva. Não pensar que podemos ser melhores. Não sentir que sem você este mundo não seria igual.”